Em novembro de 2023, a cidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, adotou a Tarifa Zero. Menos de um ano depois, viu sua demanda triplicar, chegando a 15 milhões de passageiros transportados sem pagar pela passagem até agosto deste ano.
De acordo com a prefeitura, no ano passado, o sistema público municipal possuía 47 ônibus, distribuídos em 8 linhas que transportavam 22 mil passageiros mensais. Atualmente são 57 veículos para atender 10 linhas, para locomover 75 mil pessoas em um mês. Os aumentos foram de 36%, 25% e 240%, respectivamente. Inicialmente, a prefeitura previa 50% de crescimento da demanda. O município tem 165 mil moradores, segundo o Censo.
De acordo com reportagem publicada no Jornal Folha de São Paulo em 10 de setembro, a Tarifa Zero tem incomodado algumas pessoas, que reclamam da lotação dos veículos. O prefeito sul-caetanense José Auricchio Júnior (PSD) entende que é uma nova condição a qual as pessoas deverão se adaptar. “É utópico achar que teremos um ônibus de Tarifa Zero com três passageiros que nem tinha antes. Normalmente quem fala isso é um pessoal com mais idade, que tinha o ônibus para si”, afirmou o mandatário que não disputa reeleição.
Um apontamento recorrente de quem reclama é o fato de usuários de outras cidades aproveitarem a gratuidade no transporte público de São Caetano do Sul para fazerem suas viagens. Para o coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), essa justificativa não deve impedir a expansão da política. “Em toda localidade que é implantada a Tarifa Zero a demanda aumenta, pois existe uma massa de pessoas que deixam de se locomover por uma decisão econômica. Se os ônibus estão lotados, que se busque colocar mais veículos em circulação para atender a demanda, ou fazer campanhas para que incentive as pessoas a usarem fora do horário de pico”.
Para Tatto, o passageiro tem o direito de reclamar, mas de forma que aprimore a política e não busque o retrocesso. “Ajustar a oferta à demanda é uma necessidade recorrente de quase qualquer política. Isso é uma questão de gestão menor frente aos benefícios econômicos e sociais que a Tarifa Zero traz”, finaliza o parlamentar.
Com informações da Folha de São Paulo